Diversidade cultural: uma proposta de
disseminação da cultura afro no contexto escolar
Cultura nacional
Cultura afro-brasileira
O Brasil tem a maior população
de origem africana fora da África e, por isso, a cultura desse continente
exerce grande influência, principalmente na região nordeste do Brasil. Hoje, a
cultura afro-brasileira é resultado também das influências dos portugueses e
indígenas, que se manifestam na música, religião e culinária.
Devido à quantidade de
escravos recebidos e também pela migração interna destes, os estados de
Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados.
No início do século XIX, as
manifestações, rituais e costumes africanos eram proibidos, pois não faziam
parte do universo cultural europeu e não representavam sua prosperidade. Eram
vistas como retrato de uma cultura atrasada. Mas, a partir do século XX,
começaram a ser aceitos e celebrados como expressões artísticas genuinamente
nacionais e hoje fazem parte do calendário nacional com muitas influências no
dia a dia de todos os brasileiros.
Em 2003, a lei nº 10.639
passou a exigir que as escolas brasileiras de ensino fundamental e médio
incluíssem no currículo o ensino da história e cultura afro-brasileira. Para
ajudar na criação das aulas e na abordagem pelos professores, o Sinpro-SP
preparou um site com várias dicas e material para estudo.
Música
A principal influência da
música africana no Brasil é, sem dúvidas, o samba. O estilo hoje é o
cartão-postal musical do país e está envolvido na maioria das ações culturais
da atualidade. Gerou também diversos sub-gêneros e dita o ritmo da maior festa
popular brasileira, o Carnaval.
Mas os tambores de África
trouxeram também outros cantos e danças. Além do samba, a influência negra na
cultura musical brasileira vai do Maracatu à Congada, Cavalhada e Moçambique.
Sons e ritmos que percorrem e conquistam o Brasil de ponta a ponta.
Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan)
O samba é a principal
influência da cultura africana e cartão-postal musical do Brasil
Capoeira
Inicialmente desenvolvida para
ser uma defesa, a capoeira era ensinada aos negros cativos por escravos que
eram capturados e voltavam aos engenhos. Os movimentos de luta foram adaptados
às cantorias africanas e ficaram mais parecidos com uma dança, permitindo assim
que treinassem nos engenhos sem levantar suspeitas dos capatazes.
Durante décadas, a capoeira
foi proibida no Brasil. A liberação da prática aconteceu apenas na década de
1930, quando uma variação (mais para o esporte do que manifestação cultural)
foi apresentada ao então presidente Getúlio Vargas, em 1953, pelo Mestre Bimba.
O presidente adorou e a chamou de “único esporte verdadeiramente nacional”.
Religião
A África é o continente com
mais religiões diferentes de todo o mundo. Ainda hoje são descobertos novos
cultos e rituais sendo praticados pelas tribos mais afastadas. Na época da
escravidão, os negros trazidos da África eram batizados e obrigados a seguir o
Catolicismo. Porém, a conversão não tinha efeito prático e as religiões de
origem africana continuaram a ser praticadas secretamente em espaços afastados
nas florestas e quilombos.
Na África, o culto tinha um
caráter familiar e era exclusivo de uma linhagem, clã ou grupo de sacerdotes.
Com a vinda ao Brasil e a separação das famílias, nações e etnias, essa
estrutura se fragmentou. Mas os negros criaram uma unidade e partilharam cultos
e conhecimentos diferentes em relação aos segredos rituais de sua religião e
cultura.
As religiões afro-brasileiras
constituem um fenômeno relativamente recente na história religiosa do Brasil. O
Candomblé, a mais tradicional e africana dessas religiões, se originou no
Nordeste. Nasceu na Bahia e tem sido sinônimo de tradições religiosas
afro-brasileiras em geral.
Com raízes africanas, a Umbanda também se popularizou entre
os brasileiros. Agrupando práticas de vários credos, entre eles o catolicismo,
a Umbanda originou-se no Rio de Janeiro, no início do século 20.
Culinária
Outra grande contribuição da
cultura africana se mostra à mesa. Pratos como o vatapá, acarajé, caruru, mungunzá,
sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco e muitos outros exemplos são
iguarias da cozinha brasileira e admirados em todo o mundo.
Mas nenhuma receita se iguala
em popularidade à feijoada. Originada das senzalas, era feita das sobras de
carnes que os senhores de engenhos não comiam. Enquanto as partes mais nobres
iam para a mesa dos seus donos, aos escravos restavam as orelhas, pés e outras
partes dos porcos, que misturadas com feijão preto e cozidas em um grande
caldeirão, deram origem a um dos pratos mais saborosos e degustados da
culinária nacional.
Sociologia
Profº Tamiris dos Reis
Profº Tamiris dos Reis
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